Fábrica de Charutos Havanezes e Nacionaes Poock & Comp.
- Fernando Rozzo
- 24 de jun. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 2 de dez. de 2024
Olá para todos!Eu vou apresentar para vocês esta grande fábrica de charutos brasileiros,que esteve em plena atividade de 1891 a 1960,se hoje em dia ainda estivesse em operação,a Fábrica de Havanezes e Nacionaes Poock & Comp., teria 132 anos!


A Fábrica de Charutos Havanezes e Nacionaes Poock & Comp., foi fundada em 1891, na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, pelo Comendador Gustavo Poock, nascido em Hamburgo, Alemanha em 1854.
Em 1876, o navio que traz Gustavo Poock da Alemanha, atraca no porto de Rio Grande, dando ao início da sua saga na construção da Pook & Comp..
O Comendador Gustavo Poock, trabalhou em importantes casas comerciais de Rio Grande e paralelamente assumiu cargo de chanceler no consulado alemão.
Passou e superou várias dificuldades financeiras, mas sem abandonar o seu real propósito de fabricar e comercializar charutos.
Em 1891, finalmente Gustavo Poock consegue fundar a "Fábrica de Charutos Havaneses e Nacionaes Poock & Comp", com um capital inicial de Rs100:000$000 (Réis).



A Companhia de Charutos Poock. Tinha como o principal setor de atuação a fabricação e comercialização de charutos e chegou a empregar na cidade de Rio Grande, 300 funcionários (a maioria mulheres).




Em plena expansão a Poock & Comp., no final de 1900, abre uma filial na cidade de Cachoeira, no recôncavo baiano, porém esta filial baiana era administrada, segundo os princípios da casa matriz em Rio Grande–RS.

Uma grande curiosidade da Poock & Comp., é que desde o século XVIII, a matriz utilizava na fabricação de seus afamados charutos "Havanezes", fumos escolhidos das melhores safras de Cuba, Havana, a confecção dos charutos eram feitas em Rio Grande, pelas mãos hábeis de profissionais brasileiros e cubanos, daquela época.Outro fato interessante é que a Poock & Comp., um pouco antes da revolução cubana (1959) e do embargo dos Estados Unidos (1960), a fábrica conseguiu comprar e estocar uma abundantemente quantitade de tabaco cubano, garantindo um tempo a mais a produção dos havanezes. Porém, supõem-se que, com fim estoque do tabaco cubano, acabou comprometendo a produção dos havanezes, podendo ser este um dos principais fatores, que deu o início ao declínio da empresa!

Além do puro tabaco cubano, a Poock & Comp., também utilizava tabacos de outras regiões. Países como a Indonésia, com os seus tabacos Bornéu e o Sumatra e o Brasil, com o seu ótimo tabaco baiano: "Bahia Brasil"!

A importação é feita, em mercados europeus, e no mercado nacionail, a Poock & Comp., sempre negociava, com os melhores e mais qualificados fornecedores. Esses fumos, quando chegavam na fábrica, eram cuidadosamente separados, cada um com o seu terroir específico, depois eram manipulados e misturados, sugindo blends de cada marca da fábrica.A Poock & Comp. procurava ao máximo conservar toda linha de charutos com os seus respectivos sabores inalterados,A Fábrica de Havanezes e Nacionaes Poock & Comp. não media esforços para manter a excelência e o alto padrão de qualidade de seu produto final!

Este requinte e qualidade, vocês podem conferir nas ilustrações no interior e exterior das caixas de charutos Poock & Comp.As caixas dos charutos da empresa eram muito bem confeccionadas em madeiras nobres, como o jacarandá, a imbuia, o cedro, entre outras.Os produtos da empresa eram consumidos nos países do Prata, na Alemanha, Portugal, Suíça, Inglaterra, Estados Unidos e circulava nos navios das grandes Companhias de Navegação. O consumo interno do mercado brasileiro era elevado. Gustav Poock faleceu aos 61 anos, em 10 de janeiro de 1915. Seu filho, Gustavo Poock Junior, assumiu o empreendimento. A empresa encerrou suas atividades no final da década de 1960.




Meus caros amigos, eu fico por aqui, os próximos posts além das marcas de charutos, eu também vou apresentar uma série de matérias contando a história do tabaco no Brasil e a sua expansão para o mundo.Aquele abraço, para todos!!!
Fontes:
Biblioteca Nacional (Acervo: http://memoria.bn.br)
Blog "Professor Torres - História e Historiografia do RS"
Essa fábrica foi aqui da minha cidade! Meu falecido avô comentava sobre ela. Infelizmente não é da minha época!!!!